Mato Grosso do Sul é um dos Estados presentes na região Centro-Oeste, constantemente anunciado como um Estado de grandes belezas naturais. Agora pergunto para vocês, qual beleza pensaram?
Muitos diriam: _ as águas transparentes em Bonito-MS. Outros a gruta da Lagoa Azul, também localizada no município de Bonito, e que já foi palco de novela Global, e a grande maioria falaria do Pantanal. Sim, vale realmente salientar a grande biodiversidade que há no Pantanal e sua maior extensão está localizada em nosso Estado e não no nosso vizinho Mato Grosso.
Aí vocês me perguntam: Mas sempre ouvi dizer em Pantanal Mato Grossense, realmente, até mesmo em uma simples pesquisa no google digitando Pantanal ele completa matogrossense. Isso se deve a grande sacada dos matogrossenses ao divulgarem a pequena porção de Pantanal que lá está, investindo bastante no Ecoturismo.
Enquanto lêem vocês se perguntam: O que o Pantanal tem a ver com o Cerrado?
Na verdade o Cerrado é o segundo bioma brasileiro, com cerca de 20% do território e 1500 espécies de animais. Isso quer dizer que não só de Pantanal é o Mato Grosso do Sul, mas de Cerrado.
E há belezas no Cerrado?
Sim, o Ipê amarelo, as orquídeas, os cactos, as bromélias e dentre os animais as onças-pintadas (Panthera onca), as ariranhas (Pteronura brasiliensis), e os tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) entre outros. É certo que o Cerrado sulmatogrossense, bem como, o brasileiro, é uma “savana” e como tal poderia ser explorado para visitações, atividades científicas, mesmo com fins lucrativos, mas respeitando a Legislação Ambiental.
O que se vê é o contrário, o segundo maior bioma brasileiro pode e provavelmente será extinto como a Mata Atlântica foi. Aí alguém critica, ainda temos Mata Atlântica em algumas porções. Sim, temos, mas comparada a sua extensão inicial, não é nada.
Quem são os culpados de tal devastação no Cerrado? Talvez ele mesmo. Como? Ele é um bioma facilmente explorado, de fácil extração e fragilidade. O homem percebeu isso muito rápido, e se apossou das grandes faixas de solo para as monoculturas. Estas que antes eram de soja, algodão, milho, cana-de-açúcar, é também palco para vastas áreas de Eucalipto (Eucaliptus spp). Pasmem senhores, sim Eucalipto, um dos mais perversos inimigos do solo fértil.
Esse empobrecimento do solo aliado à devastação e desmatamento trás alterações no clima, bem como aumento do Efeito Estufa. “O clima predominante no Cerrado é o Tropical Sazonal, de inverno seco. A temperatura média anual é de 25°C, podendo chegar a marcações de até 40°C. As mínimas registradas podem chegar a valores próximos de 10°C ou até menos, nos meses de maio, junho e julho”. O que sentimos hoje, moradores dessas regiões são dias muito quentes acima dos 40ºC e as mínimas superiores a 10°C. Mas essas mudanças climáticas não são só para nós, moradores do Mato Grosso do Sul, e sim para todo o Brasil, e porque não falar do Planeta Terra também. Já que o Aquecimento Global acontece para o todo, essas mudanças climáticas oriundas da má utilização do Cerrado somar-se-á nesse quadro catastrófico.
Será que seria muita insanidade minha afirmar que uma possível causa para a queda do AirBus AF447 seja essas mudanças climáticas, que foram acentuadas pelo desmatamento do Cerrado?
Vejamos, como posso elucidar essa hipótese:
Ronen Hubert, historiador e especialista em catástrofes aéreos, em uma entrevista afirma que possíveis causas do sumiço e posterior queda do avião sejam perturbações meteorológicas violentas, turbulência, um relâmpago e outros fatores relacionados a mecânica do equipamento.
Foi dito também, em jornais, que poderíamos compreender melhor o que passou o avião se imaginássemos uma verdura dentro de um liquidificador. O avião teria sofrido pressões altíssimas entre muitas nuvens, além de um cenário de tempestades digno de um filme americano.
Mas claro, muito disso são especulações, não podem e nem podemos afirmar nada, com base nos laudos até o momento. O que é fato são as fortes tempestades na região onde possivelmente caiu o avião.
E agora? Não vou mais viajar de avião? Muito menos ir para França?
Não podemos lidar com ações da natureza, mas é certo que os avanços tecnológicos e a aerodinâmica estão a nosso favor.
Assuntos como esses podem gerar um belo momento de discussão em salas de aula, não só de Ciências, mas como também Física e outras matérias afins.
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